Na hora de avaliar...

... é preciso considerar os seguintes dados...

O projeto TIES tinha como finalidade a renovação das metodologias de trabalho na sala de aula e a integração dos projetos europeus nas práticas de aula. Para atingir tais desideratos muitas foram as áreas exploradas e, como tal, foram feitos vários tipos de avaliação.

Tivemos em atenção a avaliação que os professores fizeram relativamente aos cursos de formação e às atividades de Job Shadowing realizadas mas, em seguida, procuramos inferir de que forma essas experiências formativas se repercutiram na vida da escola e na sua disseminação para o exterior.

Em seguida destacam-se os principais aspetos avaliativos realizados ao longo do projeto.

O Centro de Formação Sá de Miranda convidou os participantes do Encontro TIES a responder a um questionário de avaliação. Dos cerca de 120 participantes registaram-se 84 respostas, sendo os resultados muito animadores, já que a média das classificações atribuídas varia, entre os 4,4 e os 4,8 (escala usada de 1 a 5, em que 1 é o mais fraco). Salientam-se os resultados relativos aos seguintes aspetos:

• ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA AÇÃO
  • [As instalações foram apropriadas] - 4,8
• DESEMPENHO DOS|AS FORMADORES|AS
  • [Os|As formadores|as, e/ou palestrantes, demonstraram conhecimento aprofundado e relevante sobre o tema] - 4,7
• SELEÇÃO DA AÇÃO DE FORMAÇÃO
  • [A ação de formação enquadra-se no plano de formação prioritária da minha Escola/Agrupamento] - 4,4
  • [A frequência da ação de formação permitir-me-á contribuir para o Plano de melhoria da Escola/Agrupamento] - 4,6
• CONTEÚDOS E METODOLOGIAS
  • [Considero importante a continuidade da formação nesta área] - 4,7
  • [Em termos gerais considerei esta ação de formação positiva] - 4,7
• IMPACTO(S) DA FORMAÇÃO
  • [Esta ação de formação capacitou-me para implementar mudanças nas estratégias de ensino-aprendizagem em contexto de sala de aula] - 4,5
  • [Esta ação de formação motivou-me para querer saber mais sobre as temáticas tratadas] - 4,7
  • [Esta ação de formação promoveu a minha predisposição para a inovação das minhas práticas pedagógicas] - 4,7

É de sublinhar o facto deste Encontro incentivar a grande maioria dos participantes à mudança de metodologias de trabalho na sala de aula. Numa questão aberta, os formandos partilharam, entre outras, as seguintes opiniões:

• ORGANIZAÇÃO
  • A organização do evento foi fabulosa, na organização dos workshops, nos oradores que convidaram e em toda a logística à volta do evento (almoços, estacionamento, simpatia, etc). Correu muito bem. Parabéns!
  • Excelente organização e qualidade dos palestrantes / formadores.
  • Os horários foram cumpridos com bastante rigor. As instalações eram boas. Os recursos materiais também.
• CONTEÚDO
  • A organização  e a seleção das temáticas abordadas, tanto dos palestrantes como dos Workshops.
  • A aprendizagem de novas abordagens pedagógicas e alguma reflexão sobre novos conceitos decorrentes da nova legislação.
  • A dimensão prática dos workshops.
  • O ambiente de descontracção e de reflexão conjunta.
• FUTURO
  • A diversidade das comunicações apresentadas e dos worshops, extremamente positivos como inspiração para novos desafios.
  • Conhecimento de plataformas.  Mudança de metodologias.
  • Os workshops foram muito bem conseguidos e conseguiram motivar-me, ainda mais, para o processo ensino / aprendizagem. Saí com vontade de experimentar uma série de ideias novas com os meus alunos. Por isso, só posso dizer muito obrigada pela partilha.

Nos aspetos A MELHORAR é referido, principalmente, que o Encontro deveria ter mais dias para permitir que os formandos pudessem participar em todos os Workshops.

No documento seguinte encontra-se a totalidade das respostas.

Encontro TIES_Inquérito.xlsx

Os formandos para terem a acreditação do curso tiveram que elaborar um relatório onde foi evidente a grande satisfação que este Encontro lhes proporcionou. O relatório dos formadores faz uma síntese deste evento, bem como das opiniões dos formandos.

TIES_RelatorioFormadores.pdf

Os formandos foram convidados a responder a um questionário de avaliação, tendo os que responderam indicado que:

• "estão de acordo" ou "totalmente de acordo" com a organização da ACD, com os conteúdos abordados e com os objetivos;
• dois formandos não consideram os temas tratados adequados às funções que desempenham, considerando-os, todos os outros, como adequados;
• seis formandos referem que o tempo da ACD não foi adequado porque a duração deveria ser superior às 3 horas usadas;
• as ACD foram classificadas com 4 ou 5 numa escla de 1 a 5;
• 98,2% dos formandos recomendavam este tipo de ACD a outros professores.

Os resultados desta avaliação levaram à organização de um novo plano de formação para 2019 / 2020.

Em 2018/2019, nos conselhos de turma de todos os períodos os docentes preencheram um questionário referente para permitir avaliar o Plano de Ação Estratégico do AEPL que visa a melhoria das aprendizagens.

O referido questionário é composto por várias secções, entre elas, duas secções com interesse no âmbito da avaliação do TIES: Alteração de dinâmicas de trabalho na sala de aula & Nº de professores do Conselho de Turma que tenham participado na formação europeia.

Resultados obtidos

1º Período

2º Período

3º Período

Verifica-se que na maioria dos conselhos de turma há 5 ou mais professores que utilizam plataformas online / recursos TIC.

Há entre 15 e 20 tipos de recursos online utilizados pelos docentes.

As metodologias de trabalho na sala de aula também estão a sofrer algumas alterações, nomeadamente, com recurso ao trabalho de projetos, avaliação pelos pares, aula invertida, entre outros:

1º Período

2º Período

3º Período

No 1º Período 20 professores referem "Não realizar trabalho de projeto", baixando esse número para 13 no 3º Perìodo. Vinte e dois professores não realizam avaliação de pares no 1º período, sendo esse valor de 17 no 3º Período.

O Flipped Classroom tem ganho adeptos, de 1 professor no 1º Período para 6 professores no 3º Período. Este resultado pode ser modesto mas, na verdade, traduz-se numa enorme mudança de paradigma de sala de aula e, como tal, um resultado bastante interessante.

Os alunos de cada turma CLIL tiveram de responder a um questionário, registando-se como principais conclusões:

• percebe-se a grande adesão da maioria dos alunos ao projeto, pelo empenho, pela motivação e pela curiosidade demonstrados. Com efeito, experienciaram, de forma mais palpável, assertiva e imediata, a utilização da língua inglesa, dentro da sala de aula, como algo natural, porque, por vezes, apesar do esforço do professor da disciplina de inglês, o ensino de uma língua estrangeira, desprovida de conteúdo, cai na aridez, perde relevância, significado e objetividade.

Os encarregados de educação também têm uma opinião bastante positiva desta oferta formativa do AEPL indicando que:

• os encarregados de educação salientaram a predisposição dos alunos para a aprendizagem da língua inglesa, as dinâmicas de trabalho na sala de aula centradas no aluno, o fomento do trabalho colaborativo e a consciência de que o domínio da língua inglesa proporcionará mais oportunidades no mercado de trabalho

A avaliação com os docentes envolvidos no projeto foi realizada através de uma entrevista semiestruturada, revelando, a análise provisória, que:

• se verificou um claro incremento do trabalho colaborativo entre professores  e entre alunos; 
• o trabalho docente se intensificou;
• houve um impacto na identidade dos docentes devido à utilização de uma língua estrangeira, o que implicou uma alteração ao nível do ritmo das aulas, ao uso de diversos recursos multimodais;
• o aluno se torna protagonista da sua aprendizagem e o professor um orientador/guia;
• é indispensável formação e certificação na língua inglesa, dadas as dificuldades sentidas; porque se trata de um projeto, em que o trabalho colaborativo, principalmente entre o professor de língua e de conteúdo, é fundamental, torna-se premente alguma compatibilidade nos horários, para que possam preparar, executar e avaliar melhor o processo, os materiais/recursos e as estratégias implementadas

Os alunos foram convidados a responder ao questionário online que se encontra acessível a partir de https://tinyurl.com/ComoAprender2020 e cujos resultados principais são:

Os alunos referem ainda que a aprendizagem pode ser facilitada com aulas:

• em que se utilizem mais jogos sobre os conteúdos;
• ao ar livre;
• que integrem mais visitas de estudo;
• que privilegiem o trabalho em grupo para aprender os conteúdos e, depois, uma ou duas aulas para apresentarem o que aprenderam aos colegas como se fossem 'professor';
• práticas / experimentais;
• em que os alunos e professores utilizem as TIC;
• que usem vídeos e mais tempo para esclarecer dúvidas;
• que se foquem no apoio individual através, por exemplo, do trabalho em grupo (é mais fácil para o aluno expor as dúvidas em pequeno grupo);
• participem em projetos Erasmus
• que integrem palestras;
• que tenham mais professores, em simultâneo, na aula para ajudar os alunos com mais dificuldades;
• Flipped classroom;
• em que os professores promovam mais interatividade entre alunos e professores;
• em que houvesse maior flexibilidade entre disciplinas;
• em que não se estivesse tão preocupado com a cumprimento dos programas para as fichas.

Há um aluno que refere que, para a aprendizagem ser facilitada "os professores deveriam acompanhar o desenvolvimento dos alunos (a nível tecnológico / social / interpessoal), inovar o processo de aprendizadem para que os alunos não se sintam sozinhos num caminho que é construído pelas duas partes, usar mais vídeos, imagens, etc. (já que ajudam a fixar muito melhor do que texto corrido ou leitura; aplica-se a todas as disciplinas) de forma a que as aulas sejam mais dinâmicas (...) mais do que gostar ou não de uma disciplina, o professor que a transmite pode fazer a diferença no aproveitamento escolar de um aluno." Esta ideia está, contudo, subjacente nas opiniões de outros alunos que podem ser consultadas [AQUI].

A utilização de metodologias diversificadas na sala de aula e recursos online é, sem dúvida, um desafio que continuará a implicar um investimento grande na formação de professores.

Os professores do AEPL foram auscultados para, em função, das suas opiniões se poder traçar um futuro plano de intervenção que permita melhorar o processo de ensino e de aprendizagem.

A resposta ao referido questionário conduziu aos resultados que foram compilados num documento onde é claro que:

1. Os docentes pretendem trabalhar colaborativamente mas consideram essencial que exista um tempo no seu horário para que esse trabalho, com os pares, possa ocorrer;
2. Os professores consideram essencial a existência de mais formação sobre metodologias inovadoras na sala de aula.

Os formandos responderam a um questionário disponibilizado pela Mobility Tool após cada mobilidade.

Apenas no fim do projeto, para que os formandos tivessem o distanciamento necessário em relação à formação, solicitou-se a resposta a um questionário interno de satisfação, em que os priincipais resultados foram:

• Como classifica os seguintes aspetos referentes aos cursos / Job Shadowing que frequentou?
  • Relevância dos tópicos da formação que frequentou - 65% Muito Bom, 25% Bom, 10% Moderado
  • Interação com os pares - 60% Muito Bom, 30% Bom, 10% Moderado
  • Conteúdos abordados - 45% Muito Bom, 45% Bom, 5% Moderado, 5% Fraco
  • Calendarização - 50% Muito Bom, 45% Bom, 5% Moderado
  • Duração - 45% Muito Bom, 55% Bom
  • Atividades sociais - 50% Muito Bom, 40% Bom, 10% Moderado
  • Perceção da história e cultura do país visitado - 65% Muito Bom, 35% Bom
  • RESUMO: Avaliação positiva em relação às formações frequentadas.

• A minha participação nesta formação permitiu-me...
  • Usar novas plataformas online / ferramentas TIC nas minhas aulas - 5% Muitíssimo, 50% Muito, 20% Moderado, 15% Pouco (10% Sem opinião)
  • Alterar a metodologia de trabalho na sala de aula - 5% Muitíssimo, 50% Muito, 30% Moderado, 10% Pouco (5% Sem opinião)
  • Potenciar o trabalho colaborativo com os meus colegas do AEPL - 60% Muito, 40% Moderado
  • Potenciar o trabalho colaborativo entre alunos - 10% Muitíssimo, 60% Muito, 30% Moderado
  • Alterar a minha forma de olhar a avaliação dos alunos - 50% Muito, 45% Moderado, 5% Pouco
  • Alterar os métodos de avaliação dos alunos - 5% Muitíssimo, 25% Muito, 60% Moderado (10% Sem opinião)
  • Contribuir para mudar aspetos na organização / gestão da escola - 30% Muito, 60% Moderado (10% Sem opinião)
  • Estar mais confiante para intervir nas reuniões de Departamento / Grupo Disciplinar com sugestões diferenciadas de trabalho na sala de aula  - 5% Muitíssimo, 45% Muito, 50% Moderado, 5% Pouco (5% Sem opinião)
  • Ajudar a melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem no AEPL  - 15% Muitíssimo, 60% Muito, 20% Moderado (5% Sem opinião)
  • Desenvolver nos alunos o gosto pelas Ciências - 15% Muitíssimo, 20% Muito, 25% Moderado, 15% Pouco (25% Sem opinião)
  • Contribuir para aumentar a minha proficiência em língua inglesa - 40% Muitíssimo, 50% Muito, 10% Moderado
  • Contribuir para aumentar a proficiência de outros professores em língua inglesa - 15% Muitíssimo, 25% Muito, 30% Moderado, 5% Pouco, 5% Muito Pouco (20% Sem opinião)
  • Contribuir para aumentar a proficiência dos alunos em língua inglesa - 20% Muitíssimo, 25% Muito, 30% Moderado, 5% Pouco (20% Sem opinião)
  • Ficar mais sensível às questões relacionadas com a Segurança na Internet - 20% Muitíssimo, 25% Muito, 25% Moderado, 5% Pouco (25% Sem opinião)
  • Fazer-me sentir um agente de mudança no AEPL  - 10% Muitíssimo, 75% Muito, 10% Moderado, 5% Pouco
  • Sentir-me mais motivado para a profissão - 20% Muitíssimo, 60% Muito, 20% Moderado
  • Envolver-me em projetos eTwinning com alunos - 5% Muitíssimo, 45% Muito, 40% Moderado (10% Sem opinião)
  • Envolver-me em outros projetos europeus - 25% Muitíssimo, 50% Muito, 25% Moderado
• • Sentir-me mais angustiad@ - 10% Muito, 15% Moderado, 15% Pouco, 35% Muito Pouco (25% Sem opinião)
  • Sentir-me desmotivad@ - 5% Muito, 10% Moderado, 5% Pouco, 50% Muito Pouco (30% Sem opinião)
  • Reconhecer que as mudanças já não são para mim - 10% Moderado, 5% Pouco, 55% Muito Pouco (30% Sem opinião)
  • Sentir que não devia ter aceite este desafio - 5% Moderado, 5% Pouco, 55% Muito Pouco (35% Sem opinião)
  • RESUMO: No geral, os participantes sentem-se motivados para para alterar os seus métodos de trabalho na sala de aula e recetivos a envolverem-se em projetos. A maioria está disponível para voltar a participar neste tipo de ações, como mostra o gráfico abaixo.

Outros aspetos positivos sublinhados:

• A partilha entre colegas europeus e criação de redes de contactos.
• Enriquecimento/crescimento ao nível cultural, ao nível das metodologias a usar na sala de aula adequadas às competências do século XXI, ao nível emocional.
• Recursos inovadores.
• Ideias para ajudar na mudança de organização / gestão do AEPL.
• Conhecer novas ferramentas TIC com potencial para usar nas aulas.
• Contacto com outros sistemas de ensino, com outras formas de organizar o trabalho em sala de aula.
• Perceber que as práticas inclusivas em Portugal estão mais desenvolvidas do que noutros países; Congratular-me por termos legislação que proteje os alunos da segregação precoce face às suas características biopsicossociais.
• Desenvolver competências ao nível da proficiência da língua inglesa.
• Enquanto docente de Inglês a comunicação com os meu pares, em língua inglesa, de outros países é muito importante.

Aspetos menos positivos referidos:

Alguns participantes referiram a dificuldade com a língua inglesa que foi, sempre, a língua das ações frequentadas. Há professores que referem que a formação não foi suficiente para se sentirem confortáveis com a aplicação de novas metodologias. Há, também, quem refira que os cursos foram muito intensivos e, como tal, muito cansativos, já que foram abordados muitos conteúdos diferentes. Por vezes "Menos é Mais" e, como tal, se fossem abordados menos conteúdos mas com mais profundidade, talvez os impactos da fossem maiores.

É, também, referido como aspeto menos positivo a necessidade de repor aulas, bem como a falta de reconhecimento, por parte dos pares, pelo empenho e esforço colocado no trabalho subjacente aos projetos europeus.